O manifesto visceralista ou um exercício de escrita

Escrever é se expor. E também se exibir.
É se conhecer e conhecer o outro.
É se aceitar e também tentar mudar.
É querer assumir o controle e ao mesmo tempo permitir se descontrolar.

Escrever é o encontro das nossas contradições.
Ou talvez uma forma de conviver com elas.

Impregnamos o texto com os nossos amores, ódios, lutos, alegrias, fetiches, medos, preconceitos.

Para nós, escrever é a melhor forma de expressão.
Nenhuma imagem vale mais que um texto vindo de dentro.
Mas temos consciência de que as palavras também são insuficientes.

A propósito, existe o suficiente?

Enfim, não temos a pretensão de ser um movimento literário.
Nem de criar novas formas ou estéticas.
Muito menos de virarmos best-sellers – se bem que seria legal se isso acontecesse.

Somos sete, mas poderíamos ser doze, vinte, cinquenta.
Somos mulheres e homens, mas não nos limitamos a identidades de gênero.
Somos brancos, negros, mestiços, e daí? Por dentro, todos são vermelhos.
Como nos melhores contos e romances, o importante não está na superfície.

Mas não somos românticos inocentes.
Sabemos que muitas vezes o texto é o mais perto que se pode chegar de um sonho.
Nem por isso nos resignamos diante da realidade.

Porque escrever, acima de tudo, é acreditar.

3 comentários sobre “O manifesto visceralista ou um exercício de escrita

  1. Escrever me deixa deliciosamente aflito,sem noção de tempo
    Poderia dedicar uma eternidade a um verso apenas
    Nem quero saber quanto duraria uma poesia
    Abstrair a vida inteira atrás de outro verso
    E nesta sucessão de infinitos, só cabem em seus espaços o escrever
    Esta régua sem medida, este compasso sem ponta
    Sempre girando em falso
    Este circulo que nunca se fecha
    Dando voltas em torno de nossa percepção
    Sempre apontando para nenhum lado
    Sem dar em lugar algum
    E quem disse que é preciso chegar a algum lugar
    Só continuar indo,sem parar
    Lá é o destino este lugar algum
    Que só se pode trilhar, escrevendo
    Escrevendo sem parar

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