Eterno amor

Ele tinha tanta saudades dela. A dor da ausência, o vazio intolerável. Tinha saudades de seu rosto, de seu olhar, da boca, dos braços, da pele, de seu corpo e de sua alma. Tudo fazia falta. Passaram-se mais de cem anos desde o último encontro. Como será ela agora? Loira ou morena? Olhos castanhos ou … Continue lendo Eterno amor

Janelas

Janelas altas Subir nos galhos, ficar entre as folhas, descalça sobre as texturas cascadas firmando o corpo com os dedos dos pés. Entrelaçar os braços no tronco sem soltar as frutas que vão nas mãos e na boca. Ah... Eu gosto daqui. E gosto mais por causa dela. Planejei articular um tipo de apanhador com … Continue lendo Janelas

Aqui

Não sei o que escrever e não é de hoje. Existe uma falta de propósito me consumindo como a serpente que devora a si própria e, ao fim do processo, eu e o caos seremos um só. Será que já somos? Dizem que lá fora o caos também se estabeleceu, mas aqui tudo permanece igual, … Continue lendo Aqui

Enjanelados

Sou uma observadora das janelas da cidade. Observo o rosto de cada prédio, os olhos de cada apartamento, ora abertos, ora fechados. Observo as construções paradas, a geometria das casas e condomínios. Formas espalhadas aleatoriamente, reduzindo o tamanho do céu. Bem-te-vis e carcarás se revezam no parapeito das sacadas. As palavras dormem.  Da minha janela … Continue lendo Enjanelados

A faxineira

Silmara, por recomendação, contratou Sirlene para uma faxina. Esta chegou pontualmente às sete da manhã e pegou a patroa desprevenida; largou o guarda chuvas na porta, tirou os chinelos e foi trocar de roupas. Onde é o banheiro, Dona? Silmara apontou com o dedo, ainda estava tonta de sono e não gostava de receber ninguém … Continue lendo A faxineira